domingo, 29 de novembro de 2009

TE QUIERO

Poesía: Mario Benedetti
Música: Alberto favero
Arreglo: Liliana Cangiano
Interpretado por el Orfeón Universitario Simón Bolívar en ocasión del 38° Aniversario de la USB.
Directora: María Guinand
Lugar: Atrio de la Biblioteca Central, USB, Sartenejas, Caracas, Venezuela





Te quiero

Tus manos son mi caricia,
mis acordes cotidianos;
te quiero porque tus manos
trabajan por la justicia.

Si te quiero es porque sos
mi amor, mi cómplice, y todo.
Y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos.

Tus ojos son mi conjuro
contra la mala jornada;
te quiero por tu mirada
que mira y siembra futuro.

Tu boca que es tuya y mía,
Tu boca no se equivoca;
te quiero por que tu boca
sabe gritar rebeldía.

Si te quiero es porque sos
mi amor mi cómplice y todo.
Y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos.

Y por tu rostro sincero.
Y tu paso vagabundo.
Y tu llanto por el mundo.
Porque sos pueblo te quiero.

Y porque amor no es aurora,
ni cándida moraleja,
y porque somos pareja
que sabe que no está sola.

Te quiero en mi paraíso;
es decir, que en mi país
la gente vive feliz
aunque no tenga permiso.

Si te quiero es por que sos
mi amor, mi cómplice y todo.
Y en la calle codo a codo
somos mucho más que dos.

Te quero

Tuas mãos são minha carícia
Meus acordes cotidianos
Te quero porque tuas mãos
Trabalham pela justiça

Se te quero é porque tu és
Meu amor, meu cúmplice e tudo
E na rua lado a lado
Somos muito mais que dois

Teus olhos são meu conjuro
Contra a má jornada
Te quero por teu olhar
Que olha e semeia futuro

Tua boca que é tua e minha
Tua boca não se equivoca
Te quero porque tua boca
Sabe gritar rebeldia

Se te quero é porque tu és
Meu amor, meu cúmplice e tudo
E na rua lado a lado
Somos muito mais que dois

E por teu rosto sincero
E teu passo vagabundo
E teu pranto pelo mundo
Porque és povo te quero

E porque o amor não é auréola
Nem cândida moral
E porque somos casal
Que sabe que não está só

Te quero em meu paraíso
E dizer que em meu país
As pessoas vivem felizes
Embora não tenham permissão

Se te quero é porque tu és
Meu amor, meu cúmplice e tudo
E na rua lado a lado
Somos muito mais que dois.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Desobedecer

"Espero que tenhamos crescido para nos tornarmos mais desobedientes ainda, porque a vida nesse nosso mundo poderá acabar por causa de muitas ações de obediência."

John Jordan

domingo, 22 de novembro de 2009

PISTAS DO METODO DA CARTOGRAFIA

KASTRUP, VIRGINIA - Organizador
PASSOS, EDUARDO - Organizador
ESCOSSIA, LILIANA DA - Organizador

Pesquisadores que investigam processos nas áreas de saúde, educação, cognição, clínica, grupos e instituições, dentre outros, enfrentam muitas vezes, na escrita de seus projetos, dificuldades em dar conta do item consagrado ao método. Como nomear asestratégias empregadas, quando elas não se enquadram bem no modelo da ciência moderna, que recomenda métodos de representação de objetos preexistentes?

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Cesare Livre!!!



Que a democracia global saia vitoriosa, derrotando as forças da morte imperial.

Caros Companheiros,

O Comitê de Solidariedade à Cesare Battisti foi formado com o objetivo de libertar o preso político Cesare Battisti, através de uma ampla campanha de solidariedade.

O site da internet pode ser acessado através deste link: http://cesarelivre.org/

Nele estão hospedados diversos artigos a respeito do "caso Battisti" que nos permitem observar o caso a partir de vários ângulos. Há, inclusive, um FAQ (Perguntas Mais Frequentes) que explica detalhadamente a história e o andamento do caso.

Nesta quarta-feira, o STF, com o voto do Gilmar Dantas, optou pela extradição de Battisti. Foram 5 votos a favor, 4 votos contra a extradição. O desempate coube ao mencionado Gilmar Dantas. Contudo, também por cinco a quatro, os ministros do STF decidiram que o presidente Lula tem autonomia para decidir se extradita ou não Cesare Battisti.

Nesta terça-feira, Anita Prestes enviou carta ao presidente Lula, subscrevendo carta do Lungarzo, da Anistia Internacional. A carta, que está abaixo, pede a Lula que não cometa o crime de entregar Battsti, como fez o governo Vargas com sua mãe, Olga Benário, e seus familiares.

Espalhem a todos os teus contatos as informações que puderem. E vamos pressionar, em nome da justiça, dos direitos humanos e da vida, pela permanência de Battisti!!!

Fraternalmente,

Silvio Machado

Carta de Anita Prestes (filha de Olga Benário) pedindo a Lula que não entregue Battisti

Tue, 11/17/2009 - 22:11 | by cesare_livre

Exmo. Sr. Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva.
Na qualidade de filha de Olga Benário Prestes, extraditada pelo Governo Vargas para a Alemanha nazista, para ser sacrificada numa câmera de gás, sinto-me no dever de subscrever a carta escrita pelo
Sr. Carlos Lungarzo da Anistia Internacional (em anexo*), na certeza de que seu compromisso com a defesa dos direitos humanos não permitirá que seja cometido pelo Brasil o crime de entregar Cesare Battisti a um destino semelhante ao vivido por minha mãe e minha família.
Atenciosamente,
Anita Leocádia Prestes
_______

*a carta referida pode ser lida aqui: http://www.cesarelivre.org/node/185

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O fim do capitalismo se aproxima

Tenho pensado se devemos combater o capitalismo com as mesmas armas usadas pelos capitalistas para mantê-lo vivo. Disciplina? Trabalho identificado ao tempo de vida? Definir objetivos e alcançá-los a qualquer preço? E a preguiça? E o tempo de brincar? E o tempo de viver? Já diziam alguns anarco-hippies: existe uma diferença entre vida e sobrevida!!!

Estou animado porque me dei conta, através de algumas leituras e cursos, de que o capitalismo corresponde a uma ínfima parte da vida na Terra. Muito animado mesmo. Por isso vou postar uma pequena resposta do Anselm Jappe, concecida ao site IHU, que tem me animado a buscar os caminhos para efetuar uma história diferente.

IHU On-Line - Por que afirma que o capitalismo é apenas um parêntese na história humana?

Anselm Jappe – Trata-se de uma formulação polêmica, porque o capitalismo existe há, no mínimo, 200 anos nos países desenvolvidos como Inglaterra. Há antecedentes do capitalismo na época da Renascença, remontando ao século XIV. Disse que o capitalismo é um parêntese na história para fazer uma objeção à apologia atual que o vê como uma realização necessária de toda a história. Critico a ideia de que a humanidade e a evolução avançam para algo melhor, e que o capitalismo seria uma espécie de apogeu da humanidade, uma forma de sociedade e de economia que vai permanecer para sempre. Muitas vezes, as apologias do capitalismo são feitas apresentando a democracia como uma forma finalmente encontrada para o convívio dos seres humanos. Assistimos, então, a uma espécie de ontologização do capitalismo. Isso consiste em dizer que pode haver diferentes modelos de capitalismo, mas ele se mantém no mesmo enquadramento do valor, do dinheiro, da democracia e do Estado. Não é apenas o pensamento burguês, mas boa parte também do pensamento que se proclama ser de esquerda, que se converteu a essa ontologização do capitalismo, incapaz de imaginar algo diferente.

Com todas as mudanças propostas, pensam, mesmo assim, se permanecerá numa lógica capitalista ou se não volta a se cair na barbárie e no caos. Muitos daqueles que criticam o capitalismo hoje (como os altermundialistas e associações como a ATTAC e todas aquelas pessoas que se encontram na cúpula do Fórum de Porto Alegre) não o criticam verdadeiramente, porque se limitam a criticar o liberalismo, propondo, como alternativa, um capitalismo mais mitigado.

Em oposição a essa eternização do capitalismo é que falo de um parêntese, dizendo que esse sistema foi o rompimento absoluto com todas as sociedades pré-capitalistas. O capitalismo não é apenas uma sociedade entre outras, constitui-se a fratura mais fundamental da história da humanidade, principalmente porque introduziu um dinamismo e uma orientação que estavam ausentes nas sociedades precedentes, que eram mais estáticas.

O capitalismo não é um destino inevitável

A partir disso, uma das principais características do capitalismo é a resistência ao fato de que a atividade social se entenda como trabalho, e o trabalho como valor, e o valor como dinheiro. Então, tudo isso não é natural, histórico e eterno. Tudo isso veio ao mundo com o capitalismo. Aliás, essa não é uma afirmação de Marx, somente. Há estudos de Marcel Mauss e Karl Polanyi que mostraram o caráter radicalmente diferente das sociedades antes do capitalismo. Não estou falando apenas em sociedade etnológica, como Polanyi demonstrou que, no século XVII, havia lógicas sociais bem diferentes, ou como Thompson demonstrou em sua obra clássica, A formação da classe trabalhadora na Inglaterra.

Tudo isso permite demonstrar os diferentes pontos de vista, não somente marxistas, de que o traço fundamental do capitalismo não é algo natural do ser humano, mas pertence apenas a uma fase determinada da história humana. Deste ponto de vista, podemos dizer que o capitalismo é apenas uma fase da humanidade, e assim como veio ao mundo, pode, também, desaparecer. É claro que não quero dizer que o capitalismo seja um simples “incidente” depois do qual se podem mudar muitas coisas. Essa expressão mostra, simplesmente, que o capitalismo não é, necessariamente, um destino inevitável.
E quando falo em parêntese, não significa que havia uma espécie de sociedade feliz, e o capitalismo chegou como uma “erupção do mal”, e que esse parêntese vai se fechar para reencontrar uma espécie de felicidade. Isso seria muito bom, mas não é o que acontece. O capitalismo vai terminar, e já estamos observando esse fim. Não é algo que irá acontecer de um dia para o outro, mas os sinais de esgotamento são visíveis.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Encontro com Castells e livro Comunicación y Poder

Bem, a típica coisa que nao me levaria a escrever. Mesmo porque já sabia que ia acontecer e nao lhes propus uma oportunidade de voz. Por esquecimento, no meio da vida atabalhoada. Desculpas! Assim mesmo, agora, vou contar-lhes. Estando ontem em posicao privilegiada junto a Manuel Castells, tive que indagar-lo sobre algumas de suas idéias fundamentais em seu novo livro: Comunicacao e Poder (já falarei dele). A curiosidade era que, agora que ele considera a sociedade estruturada em rede com dispositivos de poder difusos que estao finalmente localizados no corpo (nao estao delirando, é Foucault e devidamente ditado), nao estaría "equivocado" o emprego constante do "conceito" de massas (ele usa essa palavra para criar alguns conceitos chave, como autocomunicacao de massas, por exemplo)? Humilde e amavelmente contou que é uma das partes que deseja trabalhar logo. Citou (verbal e também já textualmente) a "multidao" de Negri e Hardt como algo satisfatoriamente exitoso no campo teórico.
Sua última obra foi publicada esta semana na Espanha, com o título Comunicación y Poder (ja existia a versao em ingles desde alguns meses). Como sei que Castells nunca incorporou a bibliografia do Reflexoes Contemporaneas, me parece uma excelente oportunidade de inclui-la. Os sociólogos locais (leia-se espanhóis), alguns com argumentos, outros sem, nao costumam respaldar Castells. Há exemplos claros de guerra por prestígio, encampada apenas dentro das polidas quatro linhas acadêmicas. Nao vem ao caso. O que sim importa é que, como idéias, soma em trazer com bastante concretudo (ele adora dados...)muito daquilo que já defendíamos teoricamente (acabo de afirmar nossa ignorância: nao nos interessa mudar de opiniao e escutamos aquilo que queremos escutar. oras, é o princípio da comunicacao!)
Aposta por uma convergência de política, economia (diz que a economia deve politizar-se), tecnologias (nao-deterministas), sociologia e psicologia cognitiva/neurologia (leia-se Antonio Damasio, seu vizinho de sala na Califórnia) para elucidar o funcionamento do poder em sua forma atual mais potente: a comunicacao. Poderia-se dizer igualmente que é uma teoría comunicativa com as bases supra-citadas.
Se a coisa é como afirma John Bargh, que nosso corpo inconscientemente processa 11.000.000 de bits por segundo enquanto conscientemente seu máximo de processamento nao passa de 50 bits por segundo (durante uma leitura extremamente concentrada, por exemplo), existe todo um complexo meio a ser considerado quanto às maneiras predominantes que jogam na hora em que o corpo absorve informacoes, comunica-se e por fim transforma o resultado de todos os bits conscientes e inconscientes em um plano de acao, ou melhor, quando tudo se transforma em (bio)política.
Depois disso, talvez uma leitura: Zizek, "A visao em paralaxe", para ver alguns dos atuais conflitos entre a psicanalise e o cognitivismo.

Parabéns às cores, sejamos sinestésicos. Valeu Silveira!

Grande Silveira, o cavalheiro mais valente desta tropa quase caída. Quase!
Trazer cores e este desenho ao blog foi uma atitude muito generosa. Lembram, há mais de dois anos, que mexíamos com a idéia de um logo? Estes bits estampados no monitor resgataram a sensacao antiga de fazer revista (ainda nao a coragem de propô-la seriamente, outra vez!).
Uma revisao nos quadros perigosos de polaridades entre modernidade e pós-modernidade só me leva a incluir a anestesia no campo da primeira e a sinestesia na segunda. Sejamos sinestésicos (mas cuidado com o posmodernismo radical, bitte!)! A sinestesía talvez seja fato psicologico e perceptivo mais expressivo que estende as idéias kantianas ao seu máximo rigor empírico: o mundo da perspectiva subjetiva. Você vê o mundo colorido? Relaciona linguagem ou matemática a formas mais abstratas, materializadas em tua mente, no teu mundo real? Talvez nao, mas vê o mundo de uma maneira singular. Mais: sente o mundo de maneira única.
Já deixamos o estado anestésico que forma as massas. Trabalhemos com a sinestésica multidao!
Valeu Silveira, por tirar o monocromo de nossa tela virtual!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A queda do muro de Berlim

Rafael escreveu sobre o primeiro tópico de minha listinha em seu blog pessoal, Atalhos Vertiginos da Lucidez. Uma postagem pra machucar os corações. Reproduzo aqui, na íntegra.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Berliner Mauer
Apenas um forte sentimento nostálgico para superar a inércia e jogar a existência numa cartase aristotélica. A inércia, aliás... Nela habitaria meu caos. Menos criativo, mais destrutivo no tatame que escapa aos pés da identidade.
Bornholmer Strasse, 20 anos depois. Cruzei muitas vezes aquela ponte. Fiz caminho semelhante, abandonei por pouco tempo o leste em direcao ao oeste. Distancia tao insignificante no mapa do bairro e tao grande no destino. Aquele leste sempre foi indiscutivelmente mais interessante, mas a proibicao aplicada ao livre movimento exigia forca que promovesse alguma mudanca. Que ao final veio no suicídio de um regime que irremediavelmente sucumbiria pouco mais tarde.
A celebracao de hoje teve algo menos espetacular, muito espontaneo. Melhor ver Angela Merkel ritualizando sua caminhada sobre a ponte de Bornholmer de maneira quase espontânea do que presenciar a queda do muro duas décadas depois numa tentativa de espetacularizar a história e trazê-la para plano atemporal. A Copa do Mundo de 2006 talvez tenha viciado Berlin na esquizofrenia da festa midiática, mas esta cidade é mais potente que as imagens que tentam superficializá-la.
De fato estao todos muito contentes em relembrar que uma contingencia vital foi sanada naquele 9 de novembro de 1989. Mas no fundo desta celebracao existe caladamente uma atmosfera saudosa de tempos em que houve uma sociedade mais solidária e este tempo nao voltará mais. Parece que os outros tantos muros exaltados como merecedores da ruína se transformarao na esperanca de que se constituam em pontes entre passado e futuro a projetar um resgate que nos lance com avidez em um momento menos instável e distante das precariedades material, mental e afetiva.
Os caminhos coletivos e pessoais se confundem em tempos distintos mas num mesmo espaco. As razoes sao algo misteriosas, mas ambos precisam das pontes apropriadas para que um dia possam compartir outra vez o mesmo lugar. Nada menos que aquele "dasein" heidegeriano transmutado no sentimento intraduzível de heimatweh.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Listinhas reflexivas

Não está dando tempo para escrever sobre muitas coisas. Coisas que levam a reflexões contemporâneas! Vou fazer uma listinha:

- 20 anos da queda do muro de Berlim;

- visita da alta comissária da Onu para os direitos humanos;

- artigo do Chico de Oliveira na revista piauí;

- lançamento (hoje) de novo número das revistas Global e Lugar Comum;

- grupo de estudos de O Capital.