quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Fragmentos de um Manifesto

Meu camarada Michel,

Não me parece que você e os grandes capitalistas queiram as mesmas coisas. Parece-me que a tua praia é outra. E que não são a propriedade privada e a acumulação privada de riqueza que te importam.

"A característica distintiva do comunismo não é a abolição da propriedade em geral, mas a abolição da propriedade burguesa. A propriedade privada da burguesia moderna é a expressão final e mais completa do sistema de produção e de apropriação de produtos, que é baseado no antagonismo de classes, na exploração de um homem por outro. Neste sentido, a teoria dos comunistas pode ser resumida em uma sentença: abolição da propriedade privada.

[...]

"Quando, porém, o capital é convertido em propriedade comum, em propriedade de todos os membros da sociedade, a propriedade pessoal não é, de tal modo, transformada em propriedade social. É só o caráter social da propriedade que mudou. Perde o seu caráter de classe."

São dois parágrafos do pequeno-monumental texto O manifesto do partido comunista. Estive às voltas com ele ao longo do último mês e, se não tudo, quase tudo está rabiscado nestas poucas páginas.

Penso em várias coisas. Nas empresas sem fins lucrativos. Nas fábricas reapropriadas pelos trabalhadores. Nas cooperativas e associações da economia solidária. Experiências que parecem testemunhar o esgotamento do capetalismo, este período extremamente obscuro da história da Terra.

Que terminará (ou a Terra, ou o Capital).

Um forte abraço

Silvera

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